DESENVOLVIMENTO
Dados oficiais como por exemplo o SAEB refletem essa dificuldade e
insatisfação dos alunos. Segundo o SAEB de 2017, entre os estudantes do 5°ano
do ensino fundamental apenas 15,52% obtiveram um nível adequado de aprendizagem
em matemática, enquanto 51,35% obtiveram nível básico e 33,12% nível
insuficiente. Esses números incluem escolas particulares que tem acesso a
diferentes materiais didáticos e estrutura escolar e profissional mais
desenvolvida e adequada.
Para que o aluno aprenda e retenha o conhecimento matemático boas
estruturas ajudam, mas não são determinantes. Ele precisa ter uma visão
descontraída e útil dela. Se ele aprende matemática só na escola e do jeito
tradicional, dificilmente isso vai acontecer.
Ainda segundo o SAEB de 2017, isso se repete no ensino medio: 71,67% dos
avaliados no ensino médio tiveram desempenho insuficiente e 22.49% estão em
nível 0,o mais baixo possível.
Já o SARESP, Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo, demonstra um porcentual que varia entre 24% e 44% de alunos com
conhecimentos insuficientes em matemática em todas as séries avaliadas, sendo o
pior índice o do 3º ano do ensino médio, com 44,2% dos estudantes com
conhecimento considerado insuficiente.
Esses dados refletem que existe uma necessidade de mudanças em como a
matemática está sendo transmitida aos alunos.
Desenvolvemos para isso jogos lúdicos para que a família possa se
integrar na aprendizagem matemática e mudar o conceito assustador e errado que
se tem sobre ela.
Buscamos trazer respostas a questão de como orientar as famílias a
aprender juntos, de forma divertida, levando conhecimento e ao mesmo tempo
passando um tempo de qualidade juntos? Existiriam meios para que, através de jogos
lúdicos as famílias aprendessem a aprender? Podemos utilizar a internet como
ferramenta de ensino?
Pretendemos buscar soluções através de ideias de jogos no estilo
"faça você mesmo", os quais serão disponibilizados em um endereço de
internet disponível à todos.
Pensando nas dificuldades dos alunos em aprender matemática e desenvolver
as habilidades necessárias para atingir as competências específicas desta
matéria, muitas escolas e professores têm incluído em seu planejamento jogos
lúdicos para o ensino da matemática. Esses jogos auxiliam na memorização e atenção.
Os alunos sentem prazer em aprender o que promove a aderência a esses
conhecimentos e aplicação e compreensão dos conceitos.
Outra vantagem é que os jogos lúdicos no ensino da matemática estreitam o
relacionamento entre professores e alunos e favorece a interação entre os
estudantes em sala de aula, e entre os estudantes e a família. Esses jogos
podem ser um importante aliado no reforço para alunos com dificuldades de
aprendizagem e facilita a compreensão da disciplina.
Na Educação Infantil, por exemplo,
os jogos permitem que a criança desenvolva iniciativa, autoconfiança e
autonomia, ao poder brincar sem medo das consequências do erro ou de fracassar.
Na busca pelas soluções, os jogos estimulam a troca de opiniões, fazendo com
que os alunos sejam obrigados a se comunicarem com os outros e se fazerem
entender, desenvolvendo a oralidade e capacidade de construção de um pensamento
lógico e coerente. Nesse contexto, vale ressaltar que o jogo não se trata
apenas de divertimento ou brincadeiras, mas de uma ferramenta que proporciona
ao desenvolvimento físico, cognitivo, social, afetivo e moral das crianças.
A pesquisa realizada para este trabalho vai mostrar que a família pode
ajudar a vencer os desafios e como podemos ajudar a família na aprendizagem da
matemática em homeschooling e proporcionar a integração dos pais com os
filhos e a escola.
Jogar jogos liderados por estratégia nas aulas de matemática não é principalmente
ganhar ou perder, mas sim desenvolver, comunicar e justificar estratégias de
jogo. Uma jogabilidade bem organizada pode iniciar processos de aprendizagem
sustentáveis e incentivar as crianças a agir de forma construtiva, sistemática
e reflexiva.
Os exemplos práticos resumidos neste projeto destinam-se a mostrar de
maneira exemplar como os alunos são estimulados a se envolver em discussões
matemáticas emocionantes nas unidades de ensino apresentadas ao examinar com
alegria os jogos de estratégia.
Os jogos lúdicos são ao mesmo tempo ponto de integração família-educando,
professor-família, educando-professor, e recurso didático para o
desenvolvimento do educando física, moral e intelectualmente. Segundo Piaget,
“O trabalho com jogos é
um dos recursos que favorece o desenvolvimento da linguagem, diferentes
processos de raciocínio e de interação entre os alunos, uma vez que durante um
jogo, cada jogador tem a possibilidade de acompanhar o trabalho de todos os
outros, defender pontos de vista e aprender a ser crítico e confiante em si
mesmo” (PIAGET apud SMOLE; DINIZ; MILANI, 2007, p.11)
Neste trabalho os jogadores são membros da família, responsáveis pelos
alunos, e podem ser formados por integrantes do grupo social do próprio
educando, assim, tem-se a oportunidade de trazer propósito ao meio em que o
aluno está inserido.
Grando (2000) destaca que,
“A busca por um ensino
que considere o aluno como sujeito do processo, que seja significativo para o
aluno, que lhe proporcione um ambiente favorável à imaginação, à criação, à
reflexão, enfim, à construção e que lhe possibilite um prazer em aprender, não
pelo utilitarismo, mas pela investigação, ação e participação coletiva de um
“todo” que constitui uma sociedade crítica e atuante, leva-nos a propor a
inserção do jogo no ambiente educacional, de forma a conferir a esse ensino
espaços lúdicos de aprendizagem” (GRANDO, 2000, p.15)
O ambiente educativo mudou, seja porque a sociedade mudou, seja porque a
pandemia nos impôs mudanças, fato é que a educação sofreu forte impacto, uma
vez que temos que colocar em prática de uma só vez tantas teses educacionais
que pregam há muito que o educando é o protagonista de sua aprendizagem e
reforçar de forma tão urgente os laços que unem a integração
escola-família-sociedade.
É através de jogos lúdicos que podemos trazer à tona soluções, não
paliativas, mas permanentes, podendo ser este o legado positivo desta crise
atual, que enfrentamos.
Hoje já sabemos que,
associada à dimensão lúdica, está a dimensão educativa do jogo. Uma das
interfaces mais promissoras dessa associação diz respeito à consideração dos
erros. O jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos do jogador,
permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia. No fundo,
o jogo é uma atividade séria que não tem consequências frustrantes para quem
joga, no sentido de ver o erro como algo definitivo ou insuperável (SMOLE;
DINIZ; MILANI, 2007, p.10).
O ensino da matemática através de jogos e brincadeiras vem ganhando cada
vez mais espaço, sendo utilizado da Educação Infantil ao Ensino Médio e
servindo de contraponto ao aprendizado decorado e maçante de outrora. Para
isso, é necessário que a instituição tenha diretrizes pedagógicas bem definidas
e que permitam ao educador criar a realizar esse tipo de atividade com os seus
alunos. É necessário que professor defina conceitos, objetivos e regras,
planejando com antecedência o que se pretende alcançar com cada atividade e
como chegar a esses resultados.
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